Manchester (ING), 20 ago. 2025 – A incapacidade do Manchester United de obter receitas significativas com a saída de jogadores volta a preocupar o clube a menos de duas semanas para o fechamento da janela de transferências de verão, em 1.º de setembro.
Único lucro relevante em 12 anos
Desde a aposentadoria de Sir Alex Ferguson, em 2013, apenas Daniel James foi negociado por valor superior ao que custou: comprado ao Swansea por £15 milhões em 2019 e vendido ao Leeds por £25 milhões dois anos depois. O cenário contrasta com a maioria das transações recentes de saída, caso de Scott McTominay, liberado ao Napoli há 12 meses por £25,7 milhões – maior montante arrecadado nesse período, excluídas vendas deficitárias como as de Ángel Di María (£44,3 mi ao Paris Saint-Germain em 2015) e Romelu Lukaku (£68 mi ao Inter de Milão em 2019).
Compras em alta, vendas zeradas
Em 2025, o United já desembolsou quase £200 milhões para contratar Matheus Cunha, Bryan Mbeumo, Benjamin Šeško e Diego León, mas não faturou um centavo sequer com saídas. A diretoria admite que precisa vender para não correr risco de infringir as regras de lucro e sustentabilidade da Premier League.
A única alívio financeiro veio com o empréstimo de Marcus Rashford ao Barcelona, que retirou £325 mil semanais da folha salarial. O clube também recebeu pequenas porcentagens em negociações de ex-atletas, como Anthony Elanga (do Nottingham Forest para o Newcastle) e Álvaro Carreras (do Benfica para o Real Madrid).
Alvos no mercado e meta ameaçada
Jadon Sancho, Alejandro Garnacho, Antony, Tyrell Malacia e, mais recentemente, Rasmus Højlund foram colocados à disposição. A intenção inicial era arrecadar cerca de £120 milhões, mas interlocutores temem que o valor não chegue à metade, já que os demais clubes sabem da urgência de caixa em Old Trafford.
Rivais dão lição de casa
Nesta janela, o Liverpool obteve lucro de £10 milhões ao vender Luis Díaz ao Bayern de Munique e ainda levantou £70 milhões com os jovens da base Jarell Quansah, Ben Doak, Caoimhín Kelleher e Tyler Morton. Os Reds também receberam £10 milhões do Real Madrid para antecipar em um mês a mudança de Trent Alexander-Arnold, que já estava em final de contrato.

Imagem: a lack of movement out of the club via espn.com
O Manchester City, por sua vez, arrecadou £60 milhões com James McAtee, Yan Couto e Máximo Perrone. Em 2024, o clube de Pep Guardiola vendeu Julián Álvarez ao Atlético de Madrid por £65 milhões — após tê-lo comprado do River Plate por £14 milhões —, além de faturar £20 milhões com Taylor Harwood-Bellis para o Southampton.
Gestão questionada
Fontes internas apontam que, antes da chegada do grupo INEOS de Sir Jim Ratcliffe em 2024, os proprietários da família Glazer preferiam renovar contratos de atletas sem espaço no elenco, o que reduzia drasticamente o valor de mercado quando os jogadores eram finalmente colocados à venda.
Agora, o diretor de futebol Jason Wilcox e o diretor de recrutamento Christopher Vivell tentam inverter a lógica. O desempenho nas negociações envolvendo Sancho, Garnacho, Malacia, Antony e Højlund até 1.º de setembro será o primeiro teste concreto para saber se o United consegue, enfim, acompanhar Liverpool, City e outros rivais na “arte” de vender bem.
Com informações de ESPN