BUENOS AIRES (ARG) – A partida entre Independiente e Universidad de Chile pela Copa Sul-Americana, disputada na noite de quarta-feira (20/08) no estádio Libertadores de América, em Avellaneda, foi interrompida no intervalo e posteriormente cancelada após cenas de violência que deixaram pelo menos 20 pessoas feridas – uma delas em estado crítico – e resultaram na prisão de 125 torcedores, informaram as autoridades argentinas nesta quinta-feira (21).
Imagens mostram dois torcedores saltando ou caindo do anel superior das arquibancadas para escapar dos agressores, enquanto outro desmaiou depois de ser atingido na cabeça por um bastão. Vários fãs, alguns apenas de roupa íntima, apareceram ensanguentados tentando fugir do tumulto.
Como começou
Segundo a polícia, o confronto teve início quando a torcida da Universidad de Chile, posicionada na parte superior do estádio, arrancou assentos e destruiu banheiros, arremessando objetos contra o setor inferior ocupado pelos argentinos. Policiais e seguranças privados também foram alvo de ataques.
Os agentes decidiram não intervir diretamente, alegando no relatório oficial que a medida buscava “evitar um dano maior”. Por alto-falantes, avisaram aos chilenos que interrompessem os ataques, mas os confrontos prosseguiram até a suspensão do jogo, que estava 1 a 1 no intervalo.
Invasão e agressões
No momento em que os visitantes deixavam o setor, torcedores encapuzados do Independiente arrombaram portas para acessar a arquibancada adversária. Armados com bastões e barras de metal, agrediram os chilenos. Dois deles, encurralados, escalaram a grade e despencaram de vários metros de altura.
Um dos feridos graves foi identificado como Gonzalo Alfaro, submetido a cirurgia e em estado crítico no Hospital Fiorito, em Buenos Aires. Outros 18 chilenos permanecem internados com múltiplos ferimentos.
Repercussão e providências
O presidente da FIFA, Gianni Infantino, repudiou “a violência chocante” e afirmou que “o futebol não tem espaço para esse tipo de comportamento”. A Conmebol abriu investigação.

Imagem: espn.com
Pelo lado chileno, o presidente Gabriel Boric declarou que “nada justifica um linchamento” e ordenou que o ministro do Interior, Álvaro Elizalde, viaje a Buenos Aires para acompanhar o caso e “proteger os direitos” dos cidadãos afetados.
De acordo com o Itamaraty chileno, 101 dos 125 torcedores detidos seguem presos sob acusação de agressão e resistência à prisão.
O episódio soma-se a outros recentes casos de violência em competições sul-americanas. Em abril, o Colo-Colo perdeu pontos e recebeu multa depois da morte de dois torcedores em jogo contra o Fortaleza, pela Libertadores. Nas últimas semanas, também foram registradas brigas envolvendo torcedores argentinos em estádios no Brasil e no Uruguai.
Com informações de ESPN