O Barcelona estreia no próximo sábado, contra o recém-promovido Alhama, pela temporada 2025-26 da Liga F com somente 17 atletas registradas na equipe principal. A redução do grupo ocorre depois de seis saídas relevantes nas últimas semanas e reflete a necessidade do clube de ajustar gastos para cumprir o limite financeiro imposto pela LaLiga.
Por que o elenco encolheu
O regulamento da LaLiga fixa um teto anual de despesas baseado na receita menos custos não esportivos e pagamento de dívidas. Para 2025-26, o Barcelona dispõe de cerca de €460 milhões, valor que engloba salários dos jogadores homens, amortizações de transferências, comissão técnica de Hansi Flick e, ainda, gastos classificados como “não registráveis” – entre eles, todas as demais modalidades do clube.
No ciclo anterior, o Barça destinou €91 milhões a essas despesas e desembolsou €98 milhões, obrigando a diretoria a apresentar garantia pessoal de €7 milhões à liga para não sofrer corte no limite. O orçamento atual subiu para €95 milhões, dos quais €13,75 milhões são reservados ao futebol feminino.
Saídas de peso
Entre as jogadoras que deixaram o clube estão a sueca Fridolina Rolfö (Manchester United) e a zagueira espanhola Jana Fernández (London City Lionesses). Também saíram Ingrid Engen (Lyon), Ellie Roebuck (Aston Villa), Bruna Vilamala (América) e Martina Fernández (Everton). Dessas, apenas Rolfö foi titular na final da Champions League feminina perdida para o Arsenal em maio.
Nos últimos anos, o Barcelona já havia perdido nomes como Mariona Caldentey, Lucy Bronze, Keira Walsh, Sandra Paños, Asisat Oshoala, Ana-Maria Crnogorčević, Laia Codina e Geyse, o que contribuiu para a redução gradual da profundidade do elenco.
Contratações e renovações
Até o momento, a única chegada confirmada é a defensora espanhola Laia Aleixandri, que voltou ao clube vinda do Manchester City sem custo de transferência. Em 2024, haviam sido contratadas Kika Nazareth e Ewa Pajor.
O orçamento do time feminino cresceu cerca de €1 milhão, destinado principalmente à manutenção das atuais atletas. O clube precisa negociar renovações com oito jogadoras cujos vínculos terminam em 2026, entre elas Alexia Putellas, Caroline Graham Hansen e Salma Paralluelo.
Cota feminina no teto salarial
A partir desta temporada, os primeiros €2 milhões investidos em equipes femininas deixam de contar para o limite da LaLiga, medida que pretende estimular gastos no setor.

Imagem: espn.com
Visão interna
“A Superliga feminina inglesa está inflacionando o mercado, o que dificulta reter jogadoras importantes”, afirmou Xavier O’Callaghan, diretor de esportes profissionais do Barcelona. Segundo ele, o clube terá de “ser mais seletivo e usar mais a base”.
A meio-campista Aitana Bonmatí lamentou as saídas, mas disse ver chance para as mais jovens: “Temos a mesma ambição de sempre. Com um elenco menor, é uma oportunidade para quem vem da base”.
Promessas de La Masia
Entre as jovens já integradas ao elenco principal estão Vicky López (19 anos) e Salma Paralluelo (21). Clàudia Pina (24) e Sydney Schertenleib (18) também devem ganhar espaço. Outras promessas que participaram da pré-temporada – Clara Serrajordi, Lucía Corrales, Aïcha Cámara, Emilia Szymczak e Celia Segura – poderão ser acionadas ao longo da campanha.
Mesmo com elenco enxuto, o Barcelona busca o sétimo título consecutivo da Liga F e o quarto troféu da UEFA Women’s Champions League em seis anos. A caminhada começa neste fim de semana no Estádio Johan Cruyff.
Com informações de ESPN