Manchester (ING), 19 set. 2025 – A derrota por 3 a 0 para o Manchester City, no último domingo, elevou a tensão em torno do trabalho de Ruben Amorim no Manchester United. Contratado há dez meses para suceder Erik ten Hag, o técnico português soma apenas oito vitórias em 31 partidas da Premier League e acumula 31 pontos – pior marca entre os 17 clubes que disputam a liga desde sua chegada a Old Trafford.
Confronto decisivo diante do Chelsea
O United recebe o Chelsea neste sábado, e o resultado é considerado crucial para o futuro de Amorim. O português de 40 anos tenta conter a pressão depois de um início de temporada que também registrou tropeços na Europa League e na Copa da Liga.
Gestão de elenco em debate
Em análise publicada pela ESPN, os jornalistas Mark Ogden e Rob Dawson apontam visões diferentes sobre o uso do elenco pelo treinador:
- Ogden critica a dependência excessiva de alguns atletas e a falta de oportunidades a nomes como o goleiro Tom Heaton, de 39 anos, e o meio-campista Kobbie Mainoo.
- Dawson avalia que Amorim trabalha para “consertar a cultura” do vestiário, citando as saídas de Marcus Rashford e Alejandro Garnacho como medidas para fortalecer o espírito coletivo.
Mercado de transferências
Desde a chegada de Amorim, o United investiu perto de 250 milhões de libras em reforços. Entre as caras novas estão Leny Yoro, Noussair Mazraoui, Bryan Mbeumo, Matheus Cunha, Benjamin Sesko e Matthijs de Ligt.
Ogden aponta falhas na montagem do elenco, destacando a ausência de um meio-campista experiente e de um goleiro de alto nível – Emiliano Martínez era o preferido do treinador. Dawson lembra que o processo de contratações é conduzido por um comitê que inclui o diretor de futebol Jason Wilcox e o diretor de recrutamento Christopher Vivell, ficando Amorim com voz, mas não decisão final.
Formação tática contestada
O esquema 3-4-1-2, marca registrada de Amorim desde os tempos de Sporting CP, tornou-se alvo principal das críticas. Ogden afirma que a falta de flexibilidade pode custar o cargo ao técnico, pois o elenco não conta com alas de alto nível nem meio-campistas capazes de sustentar o sistema. Dawson observa que mudar agora seria visto como sinal de fraqueza internamente, lembrando que o clube contratou o português justamente por esse modelo de jogo.

Imagem: Man United via espn.com
Papel de Omar Berrada
A escolha de Amorim foi articulada pelo CEO Omar Berrada. Ogden questiona se houve devida avaliação sobre a rigidez tática do treinador, enquanto Dawson pondera que demitir o executivo pelo eventual fracasso de Amorim seria precipitado, já que Berrada herdou vários problemas estruturais.
Ficar ou sair?
Ogden defende mudança imediata no comando técnico, citando o histórico recente do clube de adiar decisões sobre treinadores. Dawson argumenta que Amorim merece pelo menos até janeiro – ou o fim da temporada – para mostrar evolução, apesar do baixo aproveitamento atual: oito vitórias em 31 jogos da liga.
Com o duelo contra o Chelsea à vista e o United na lanterna de desempenho entre os 17 times presentes na Premier League desde novembro passado, o futuro de Ruben Amorim no clube mais vitorioso da Inglaterra segue cada vez mais incerto.
Com informações de ESPN