Zurique, 29 de setembro de 2025 — O sindicato global dos jogadores, FIFPRO, declarou que segue sem data marcada para um encontro oficial com a FIFA a fim de debater o calendário de partidas da Copa do Mundo de 2026. A entidade teme que o torneio de seleções, programado para Estados Unidos, México e Canadá, repita os problemas de calor excessivo registrados no Mundial de Clubes deste ano em solo norte-americano.
Relatório aponta sobrecarga e falta de descanso
As preocupações estão detalhadas em um relatório de 51 páginas, intitulado “Overworked and Under-Protected — The Player Health and Performance Impact”, que avalia a temporada 2024-25. O documento revela que Paris Saint-Germain, Real Madrid, Manchester City e o campeão Chelsea tiveram menos do que os 28 dias de descanso recomendados no verão europeu—Chelsea e Madrid usufruíram de apenas 20 dias—, enquanto o PSG contou com somente sete dias de retomada física, longe dos 28 dias sugeridos.
Jogos afetados pelo calor
Durante o Mundial de Clubes, disputado entre junho e julho, várias partidas sofreram atrasos ou mudanças de horário devido a altas temperaturas e condições climáticas adversas. A FIFPRO solicita que a FIFA reavalie horários e sedes da Copa de 2026 para reduzir riscos à saúde dos atletas.
Falta de diálogo formal
Segundo o secretário-geral da FIFPRO, Alex Phillips, a entidade mantém contatos informais com a FIFA, mas nada específico sobre o próximo Mundial. “Sim, isso nos preocupa”, afirmou o dirigente, acrescentando que o sindicato encaminhará dados científicos “bem antes do torneio”, como fez no Mundial de Clubes.
Phillips explicou que a mesma abordagem está sendo adotada em outras competições, citando a Copa Asiática Feminina, marcada para março na Austrália, onde partidas às 13h estão previstas mesmo com temperaturas elevadas no período.

Imagem: espn.com
“Exemplo de alerta”, diz diretora da FIFPRO
Alex Bielefeld, diretora de políticas e relações estratégicas da FIFPRO, reforçou que o calor afetou diretamente o desempenho dos atletas nos Estados Unidos. Para ela, regulamentos e políticas “não acompanharam o aquecimento do planeta” e horários ao meio-dia expuseram jogadores a condições extremas.
O sindicato sustenta que, caso as entidades responsáveis não forneçam estatísticas sobre a saúde dos atletas, fará esse trabalho por conta própria. A expectativa é que a FIFA adote protocolos mais rigorosos ou ajuste o calendário antes da Copa do Mundo de 2026.
Com informações de ESPN