ROMA (Itália) – O presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, afirmou nesta quarta-feira, 13, que a decisão de levar partidas de campeonatos nacionais para fora da Europa representa um risco de “quebrar” o futebol ao afastá-lo de suas origens.
Pela primeira vez, duas partidas de ligas europeias serão disputadas no exterior. Em dezembro, Villarreal e Barcelona medirão forças em Miami, pelos pontos corridos de La Liga. Já em fevereiro, AC Milan e Como jogarão, pelo Campeonato Italiano, em Perth, na Austrália.
Segundo Ceferin, a Uefa aprovou os confrontos “com relutância”, mas mantém oposição à prática. O dirigente reforçou o posicionamento durante a assembleia geral da European Football Clubs (EFC), realizada em Roma.
Críticas de jogadores e entidades
O meio-campista Adrien Rabiot, do Milan, classificou como “completamente louca” e “absurda” a ideia de atuar na Austrália, em entrevista ao jornal francês Le Figaro.
A Uefa informou ter consultado torcedores, ligas, clubes, atletas e instituições europeias, identificando “ampla falta de apoio” para partidas de ligas nacionais fora do continente. Ainda assim, o órgão admite que o regulamento da Fifa sobre o tema “não é claro nem detalhado o suficiente” para barrar as partidas.
A Fifa criou, no ano passado, um grupo de trabalho que analisa o impacto de jogos oficiais disputados no exterior.

Imagem: bbc.com
Rejeição à Superliga
Ceferin também reiterou que a Uefa “jamais criará ou apoiará” uma competição exclusiva, em referência à tentativa de formação da Superliga Europeia em 2021. Na ocasião, 12 clubes – Arsenal, Chelsea, Liverpool, Manchester United, Manchester City, Tottenham, AC Milan, Internazionale, Juventus, Real Madrid, Atlético de Madrid e Barcelona – anunciaram adesão ao projeto, posteriormente revisto após decisão judicial que considerou ilegal impedir a adesão de equipes.
“A Europa estabelece padrões no futebol mundial e, por isso, sofre ataques externos para remodelar o jogo”, declarou Ceferin. “Valor duradouro vem da união e da força de todos, não apenas de alguns.”
O presidente concluiu afirmando que o objetivo da Uefa é manter o futebol “inclusivo” e garantir que todos os clubes tenham chance de disputar as principais competições.
Com informações de BBC Sport