Manchester (Inglaterra) – Dirigentes do Manchester United negaram nesta segunda-feira (17) que o clube esteja em “fase avançada” de negociação para ser vendido a um novo investidor, como afirmou o dirigente saudita Turki Alalshikh em publicação na rede social X.
Alalshikh, presidente da Autoridade Geral de Entretenimento da Arábia Saudita e seguido por 7,2 milhões de pessoas na plataforma, escreveu que “a melhor notícia” do dia era o avanço de um acordo de venda do United. Fontes próximas ao clube inglês, contudo, classificaram a informação como falsa e aguardam esclarecimentos do saudita.
Amistoso no Oriente Médio em discussão
Nas próximas semanas, o United deve conversar com autoridades sauditas sobre a possibilidade de disputar ao menos um amistoso de meio de temporada no país, como forma de gerar receita após ficar fora das competições europeias. Ainda não está definido se o adversário será um clube da Saudi Pro League ou outra equipe de peso, como o Milan.
Na semana passada, o técnico Ruben Amorim reconheceu a necessidade do jogo: “Sabíamos que, ao ficarmos fora da Europa, precisaríamos compensar muitas coisas, inclusive para os torcedores e o orçamento. Estamos trabalhando para isso”.
Histórico de relações com a Arábia Saudita
O United mantém vínculos comerciais com o país desde 2008, quando assinou patrocínio de cinco anos com a Saudi Telecom, renovado em 2013. Em 2017, o clube firmou um Memorando de Entendimento com a Autoridade Geral de Esportes saudita para colaborar no desenvolvimento do futebol local, dentro da Visão 2030.
Apesar dos rumores de compra pelos sauditas, não houve avanço. A Premier League também precisaria avaliar qualquer aquisição, já que o Fundo de Investimento Público (PIF) saudita controla o Newcastle United desde 2021 e quatro clubes da liga do país – Al-Nassr, Al-Hilal, Al-Ittihad e Al-Ahli –, o que pode gerar conflito de interesses.

Imagem: bbc.com
Participação de Ratcliffe e cláusulas
Em 2023, o empresário britânico Sir Jim Ratcliffe adquiriu 28,94% do United por US$ 1,3 bilhão, passando a comandar as operações de futebol enquanto a família Glazer mantém a maioria das ações. Ratcliffe afirmou ao podcast “The Business”, do The Times, que a relação com os Glazer é “boa” e que as decisões esportivas cabem a ele.
O acordo inclui uma “drag-along clause” válida a partir de agosto de 2025: caso os Glazer aceitem oferta superior aos US$ 33 pagos por ação, Ratcliffe seria obrigado a vender sua fatia. Existem ainda restrições até fevereiro de 2027 – como adquirir outro clube ou distribuir dividendos – que podem ser suspensas se houver mudança de controle societário.
Diante das negativas do United, o post de Alalshikh permanece sem explicação. Por ora, não há indicação de tratativas de venda em andamento.
Com informações de BBC Sport