O inglês Anthony Taylor, 46 anos, afirmou que já pensou em largar o apito devido à sequência de ofensas sofridas dentro e fora dos estádios. Em entrevista concedida à BBC Sport, o árbitro disse que a família deixou de acompanhá-lo em partidas de grande repercussão depois do episódio de hostilidades protagonizado por torcedores da Roma no Aeroporto de Budapeste, em 2023.
“Vale a pena?”
Taylor, que integra a lista da FIFA há mais de dez anos e comandou as finais da Copa da Inglaterra em 2017 e 2020, admitiu ter questionado a continuidade na carreira. “Houve momentos em que pensei: ‘Isso vale a pena?’”, relatou. “Também houve ocasiões em que percebi que o que estava sendo dito era completamente injusto.”
O árbitro destacou o que considera uma cultura “arcaica” de pressão sobre os oficiais. “Existe a tática psicológica de bombardear o árbitro ou o quarto árbitro na esperança de obter uma decisão favorável”, criticou.
Incidente após a final da Liga Europa
Escalado para a decisão entre Sevilla e Roma, realizada em Budapeste em 31 de maio de 2023, Taylor distribuiu 13 cartões amarelos antes de a equipe espanhola conquistar o título nos pênaltis. Na volta para casa, o árbitro e seus familiares foram cercados por torcedores italianos no aeroporto; cadeiras e bebidas chegaram a ser arremessadas até que a segurança os conduzisse a uma área protegida.
“Foi a pior situação que enfrentei em termos de abuso”, lembrou. “Afetou não só a mim, mas também quem estava comigo.” Segundo Taylor, a experiência o fez repensar a presença da família em eventos desse porte. “Eles não vão a um jogo de alto nível desde então”, contou.
Críticas constantes
Mesmo considerado um dos principais árbitros da Premier League, Taylor segue como alvo de contestações. O episódio mais recente ocorreu após a vitória do Chelsea sobre o Liverpool, nos acréscimos, em Stamford Bridge, no último fim de semana.

Imagem: espn.com
Além das finais da Copa da Inglaterra e da Liga Europa, Taylor esteve entre os seis árbitros ingleses escolhidos para a Copa do Mundo do Catar, em 2022.
Apesar dos episódios de hostilidade, o juiz segue na elite do futebol inglês, mas reforça: “Não estou sozinho nesse sentimento; todos nós somos alvos fáceis”.
Com informações de ESPN