MELBOURNE (AUS) – Campeão mundial com a Espanha em 2010 e vencedor da Champions League pelo Chelsea em 2012, o meia Juan Mata, 37 anos, começou oficialmente sua trajetória no Melbourne Victory. O espanhol chegou ao clube após uma temporada de poucos minutos pelo Western Sydney Wanderers e garante que a paixão pelo jogo foi determinante para adiar a aposentadoria.
Chegada movimentada
O contrato com o Victory foi assinado logo depois de uma maratona aérea. Mata saiu da Europa, fez escala em San Diego – onde integra o grupo proprietário do San Diego FC, da MLS – e atravessou o Pacífico rumo a Melbourne. Sem descanso, foi direto do aeroporto para o AAMI Park concluir a documentação e, em seguida, apresentado à imprensa na Federation Square.
Pré-temporada no interior da Austrália
Horas depois, o veterano embarcou em um voo de quatro horas (distância comparável a Londres–Moscou) para o primeiro treino com o novo time, em Mandurah e Bunbury, pequenas cidades na costa oeste australiana. “Foi puxado pela viagem, mas importante para já estar no vestiário e conhecer todo mundo”, relatou o jogador à ESPN.
Parceiro de quarto e lembranças de 2014
No acampamento de pré-temporada, Mata dividiu quarto com o lateral-esquerdo da seleção australiana Jason Davidson. Os dois lembraram o confronto Espanha 3 x 0 Austrália na Copa do Mundo de 2014, quando Davidson foi titular e Mata entrou no segundo tempo. “Reassistimos aos lances e demos risada: estávamos os dois mais jovens”, contou o australiano.
Estreia como titular e primeiro gol
Utilizado como reserva nas duas primeiras rodadas da A-League Men 2025-26, o camisa 10 fez o primeiro jogo como titular diante do Perth Glory, atuando na posição de armador e marcando o segundo gol da vitória do Victory. O aquecimento, comandado pelo roupeiro Johnny Nguyen, deve virar ritual depois de impressionar a comissão técnica.
Reconhecimento interno
O técnico Arthur Diles elogiou a dedicação do espanhol: “Não esperávamos que ele estivesse pronto para a primeira rodada, mas ele se preparou para isso”. Mata brincou com o calendário enxuto da liga: “São poucos jogos na Austrália (26 na fase regular) e eu queria estar disponível o quanto antes”.
Passagem discreta pelo Western Sydney
Contratado como grande atração em 2024-25, Mata somou apenas 599 minutos pelos Wanderers e perdeu espaço com o treinador Alen Stajcic. Ao fim da temporada, o empresário Fahid Ben Khalfallah classificou a situação como “desrespeitosa”; Stajcic rebateu, chamando as críticas de “fora de ordem” e “covardes”. A eliminação do clube nos playoffs, justamente para o Victory, encerrou o vínculo.
Imagem: espn.com
Decisão de seguir jogando
Apesar de ter conquistado praticamente todos os títulos possíveis e de já atuar como dirigente nos Estados Unidos, o espanhol recusou a ideia de pendurar as chuteiras. “Queria provar que ainda posso render em bom nível. Não queria terminar sem jogar muito e caindo nos playoffs”, afirmou.
Mata diz transmitir essa mentalidade aos mais jovens: “Você só controla sua atitude e o amor pelo jogo. Não deixe que outros tirem isso de você”.
Estilo de vida australiano agrada
Encantado com a rotina local, ele elogiou natureza, cafés e o clima mais relaxado em comparação a potências como Chelsea e Manchester United. “Para este momento da carreira, o país combina comigo. Penso em outros destinos? Por ora, nenhum me vem à cabeça”, concluiu.
O meia terá o primeiro Melbourne Derby no sábado, contra o Melbourne City, e pretende manter o impulso adquirido no Oeste australiano. A temporada está só no começo, mas Juan Mata garante que o combustível permanece o mesmo: “Quando a bola está no meu pé, continuo sentindo aquela alegria de criança. É por isso que ainda jogo”.
Com informações de ESPN
