A União das Associações Europeias de Futebol (UEFA) encara um número cada vez menor de cidades aptas a receber a final da Liga dos Campeões e, diante desse cenário, volta a surgir a possibilidade de levar o jogo decisivo a mercados como Estados Unidos ou Oriente Médio.
Calendário já tem lacunas
Até o momento, apenas Munique apresentou candidatura para sediar a decisão de 2028. Para 2029, Londres e Barcelona foram as únicas interessadas. Em 2027, Milão perdeu o direito de receber o evento por não garantir que o San Siro estaria em condições adequadas; o Estádio Metropolitano, em Madri, foi escolhido como substituto.
Requisitos aumentam, opções diminuem
Além de um estádio com capacidade mínima de 65 mil lugares, a UEFA exige aeroporto internacional, ampla rede de transporte público, oferta hoteleira robusta, perímetro de segurança e área para instalação de um grande complexo de transmissões. Fontes ouvidas pelo ESPN indicam que, hoje, apenas quatro locais são considerados praticamente livres de risco: Wembley (Londres), o novo Camp Nou (Barcelona), Santiago Bernabéu (Madri) e o próprio Metropolitano, além da Allianz Arena, em Munique, que tem estrutura ligeiramente menor de hospedagem.
Budapeste sob observação
A capital húngara receberá a final de 2026 no Puskás Aréna, de 67.100 lugares. Contudo, a operação deve exigir o máximo de sua infraestrutura: a cidade conta com um único aeroporto e sistema de metrô antigo; o site Booking.com já apontou 92% de ocupação para o fim de semana da decisão.
Cidades fora do radar
Moscou, São Petersburgo e Kiev estão descartadas em razão da guerra na Ucrânia. Roma não recebe a final desde 2009, e Paris ainda precisa provar que pode evitar problemas de controle de público após incidentes em 2022. Viena, Amsterdã, Glasgow, Atenas, Lisboa, Manchester e Cardiff esbarram em estádio ou infraestrutura insuficientes. Berlim seria candidata viável se formalizar proposta, enquanto Baku ficou fora da disputa de 2027 devido à dificuldade de deslocamento para torcedores da Europa Ocidental.
Olho no mercado norte-americano
Para o executivo esportivo Charlie Stillitano, radicado nos Estados Unidos, levar a final para solo norte-americano seria “um enorme sucesso”. Ele cita declarações do comissário da MLS, Don Garber, que chama o país de “caixa eletrônico do futebol”, e projeta cerca de 100 milhões de fãs dispostos a pagar por grandes eventos.
Imagem: espn.com
O presidente da UEFA, Aleksander Čeferin, já afirmou que prefere partidas de ligas nacionais em território doméstico, mas admitiu em 2023 que “é possível” realizar a decisão da Liga dos Campeões nos EUA. A federação, entretanto, garante não ter planos concretos para isso.
Partidas de clubes no exterior ganham força
A tentativa de disputar Barcelona x Villarreal por LaLiga em Miami foi cancelada, mas a Série A italiana mantém marcado AC Milan x Como para fevereiro, em Perth, na Austrália. Mesmo com reservas, Čeferin liberou jogos desse tipo, reforçando o debate sobre levar grandes competições a novos mercados.
Diante da redução de opções na Europa, a UEFA terá de escolher entre manter um rodízio restrito — Londres, Madri, Munique e Barcelona — ou abrir caminho para que a partida decisiva do principal torneio de clubes do continente atravesse fronteiras.
Com informações de ESPN
