O ex-treinador Tony Pulis acredita que o clássico entre Arsenal e Tottenham, marcado para domingo, tende a ser mais apertado do que em temporadas recentes. Em coluna publicada pela BBC, o galês justificou a projeção apontando a evolução defensiva das duas equipes e apresentou dados que, segundo ele, comprovam o peso de um “clean sheet” (jogo sem sofrer gol) no resultado final.
Por que o placar pode ser baixo?
Pulis lembra que, nos últimos cinco campeonatos, o dérbi do norte de Londres registrou média superior a três gols por partida. Para o ex-técnico, esse cenário deve mudar porque Mikel Arteta, no Arsenal, e Thomas Frank, no Tottenham, encontraram equilíbrio entre ataque e defesa.
Antes da rodada do fim de semana, os seis primeiros colocados da Premier League haviam sofrido, cada um, no máximo um gol por jogo. Tottenham, por exemplo, é a terceira defesa menos vazada desta temporada, depois de terminar o último campeonato entre as quatro equipes que mais sofreram gols sob o comando de Ange Postecoglou.
Números que sustentam a tese de Pulis
Segundo o ex-treinador, seus estudos mostram que um “clean sheet” vale, em média, 2,4 pontos, ao passo que marcar um gol rende aproximadamente 1,1 ponto. Entre 2008/09 e 2010/11, o Stoke City de Pulis registrou 35 partidas sem sofrer gol — 12 na primeira temporada, 14 na segunda e 9 na terceira — somando 83 pontos, média de 2,37 por jogo.
Para ele, a importância da solidez defensiva aumentou: em 2008, 70% dos jogos sem gols sofridos terminavam em vitória; hoje, esse índice é de 83%.
Críticas ao “futebol de posse”
Pulis afirma que a obsessão por trocas de passes na defesa expôs equipes a perdas de bola perigosas. Ele cita que o aumento geral de gols na liga está ligado a esse estilo: “Defensores passam mais tempo trocando passes entre si do que protegendo a própria área”.
Imagem: bbc.com
Set-pieces ainda preocupam o Arsenal
Mesmo liderando o quesito gols sofridos nesta e na última temporada, o Arsenal ainda cede muitos gols em bolas paradas, aponta Pulis. Já Tottenham, sob Thomas Frank, adotou postura mais pragmática, reduzindo o tempo de posse no próprio campo e, consequentemente, as chances concedidas.
Defesa forte como receita de permanência
Pulis lembra que, nas duas últimas edições da Premier League, os três clubes promovidos foram rebaixados e exibiram as piores retaguardas do torneio. Na atual campanha, Sunderland figura no quarto lugar geral em número de gols sofridos e ocupa a quarta posição na tabela, enquanto Burnley (18.º) e Leeds, entre as defesas mais vazadas, aparecem na parte baixa.
Para o ex-comandante, o recado é claro: “Encontrar o equilíbrio entre atacar e se defender é vital, seja para brigar por título ou evitar a queda”.
Com informações de BBC Sport