Capitão em xeque: Bruno Fernandes vira dilema tático e financeiro para o Manchester United

O técnico Rúben Amorim enfrenta uma série de problemas no Manchester United: falta de um goleiro confiável, um ataque de 200 milhões de euros com pouca produção e pênaltis desperdiçados. Agora, o próprio capitão Bruno Fernandes surge como possível obstáculo ao equilíbrio da equipe.

Derrota histórica intensifica debate

A eliminação para o Grimsby Town, da quarta divisão inglesa, na Copa da Liga — o pior revés do clube no torneio — escancarou o debate sobre o papel de Fernandes. Mesmo sendo o principal nome do elenco, há dúvidas sobre sua adaptação ao sistema 3-4-3 adotado por Amorim desde a época de Sporting.

Números que sustentam o craque

Na temporada 2024/25, quando o United terminou em 15º na Premier League — pior colocação desde o rebaixamento de 1974 — Bruno somou 19 gols e 19 assistências, participação decisiva para evitar nova queda. Ainda assim, estatísticas indicam dependência excessiva: ele lidera o time em finalizações (96), gols (8), passes progressivos (340) e desarmes + interceptações (115) desde o início da última temporada.

Ajuste tático complicado

Amorim costuma usar Fernandes como um dos dois meias ofensivos ou, ocasionalmente, ao lado de Casemiro ou Manuel Ugarte na linha de meio-campo. Segundo o comentarista Stewart Robson, o esquema exige alas muito atléticos e volantes dinâmicos — perfis que o elenco atual não oferece. O treinador admitiu que Kobbie Mainoo, destaque da Inglaterra na Euro 2024, disputa posição diretamente com o português, o que limita a presença de ambos juntos.

Comportamento e críticas

Além das questões táticas, o temperamento do capitão é alvo de observações. Após a derrota por 7 a 0 para o Liverpool em 2023, ex-campeões como Roy Keane e Gary Neville reprovaram sua linguagem corporal. Mais recentemente, Craig Burley classificou como “infantil” a reclamação de Fernandes contra o árbitro Chris Kavanagh em jogo diante do Fulham, no qual o meia desperdiçou pênalti.

Mercado aberto e possíveis reposições

Clubes da Saudi Pro League tentam contratar o jogador desde 2024. Neste verão, o Al Hilal ofereceu cerca de 100 milhões de euros, quantia que o United estaria disposto a escutar, mas Bruno recusou. O Al Ittihad fez nova investida, ainda sem sucesso. A venda ajudaria o clube a financiar alvos como Carlos Baleba (Brighton), Adam Wharton (Crystal Palace) e Morten Hjulmand (Sporting CP), indicados para aumentar a mobilidade no meio, mas todos de difícil concretização antes do fechamento da janela.

Ficar ou vender?

Amorim diz querer manter “os melhores jogadores” e classifica Bruno como “um dos principais do mundo”. Já Robson avalia que, sem o camisa 8, faltaria criatividade ao elenco. Por ora, o United segue dependente de seu capitão — e do desafio de encaixá-lo num sistema que ainda não funciona.

Com informações de ESPN

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