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De “El Sheriff” a comandante da seleção dos EUA: como a carreira de jogador moldou Mauricio Pochettino

BARCELONA (29.out.2025) – Antes de assumir a seleção masculina dos Estados Unidos para a Copa do Mundo de 2026, Mauricio Pochettino já se destacava nos gramados como zagueiro central, personalidade que lhe rendeu o apelido de “El Sheriff”. Entre 1994 e 2001, e depois de 2004 a 2006, o argentino liderou o Espanyol com voz firme, orientação constante e forte presença em campo, características que pavimentaram o caminho para a carreira de técnico.

Referência de liderança no Espanyol

No clube catalão, Pochettino foi capitão e participou de duas conquistas da Copa do Rei. Ex-companheiros lembram da comunicação ininterrupta do defensor durante treinos e partidas.

“Ele falava o tempo todo, organizava, instruía. Era uma presença forte”, recorda o ex-lateral Armando Sá. Já Grégory Vignal, outro ex-colega de defesa, reforça: “Muito típico argentino, falava muito, mas era excelente”.

O ex-meia Óscar García, que o enfrentou pelo Barcelona antes de atuar ao seu lado, descreve: “Parecia um líder experiente, agressivo e técnico”. Para o búlgaro Velko Iotov, a liderança foi percebida logo nos primeiros treinos: “Todo mundo notou que ele tinha algo especial”.

Fora de campo: humor e ensinamentos

Longe das chuteiras, Pochettino era visto como tranquilo e bem-humorado. Sá o define como “um cara normal, calmo, sarcástico”. Iotov lembra de convites frequentes para jantar com a família do argentino, mesmo quando seu próprio espanhol ainda era limitado.

Vignal cita uma “aula” pouco ortodoxa: “Ele me ensinou dois palavrões em espanhol para eu aprender direito”, brinca. O francês também conta que Pochettino indicou o restaurante La Dama para um jantar romântico, omitiu o preço salgado e depois perguntou, rindo, se ele gostara da conta.

Surpresa com a mudança para o banco

Apesar do perfil de líder, colegas dizem que Pochettino não falava em virar treinador. “Nunca comentou, mas hoje tem uma carreira excelente”, afirma García. Vignal concorda: “Ele tinha o perfil, mas às vezes não se imagina que vai virar técnico”.

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Imagem: espn.com

Conquistas à beira do campo

Desde a aposentadoria, em 2006, o argentino soma títulos e finais por clubes de ponta:

  • Paris Saint-Germain – campeão francês e da Copa da França, além de semifinalista da Liga dos Campeões;
  • Chelsea – finalista da Copa da Liga Inglesa e semifinalista da Copa da Inglaterra;
  • Tottenham – levou o clube à única final de Champions League da história.

Agora, aos 53 anos, dirige a seleção dos EUA em preparação para 2026.

Reencontro inesperado em Atlanta

Durante a pré-temporada do Chelsea em 2023-24, no Mercedes-Benz Stadium, Pochettino reconheceu Iotov entre visitantes na arquibancada. Gritou o nome do ex-colega, correu para cumprimentá-lo e o levou ao gramado. A conversa continuou por mais de uma hora no vestiário, apesar do atraso do ônibus da equipe. “Eles que esperem”, disse o argentino, demonstrando que o “Sheriff” segue presente em sua forma de comandar.

Com informações de ESPN

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