LONDRES – Ex-capitão da seleção inglesa, Steven Gerrard afirmou que a ausência de espírito coletivo prejudicou a chamada “Geração de Ouro” e confessou que, em alguns momentos, “odiava” os períodos de convocação.
Convidado do podcast “Rio Ferdinand Presents”, o ex-meio-campista de 45 anos recordou as passagens pela seleção, onde acumulou 114 partidas e disputou seis grandes torneios sem alcançar uma semifinal.
“Éramos perdedores egoístas”
Gerrard disse que os jogadores da época relutavam em conviver com colegas de clubes rivais. “Éramos todos perdedores egoístas”, resumiu. Segundo ele, técnicos deveriam ter conseguido encaixá-lo no meio-campo ao lado de Frank Lampard, do Chelsea, e Paul Scholes, do Manchester United.
O ex-jogador, que fez quase toda a carreira no Liverpool antes de encerrar no LA Galaxy, revelou que se sentia isolado nas concentrações: “Gostava dos jogos e dos treinos, mas passava horas sozinho no quarto. Não me sentia parte de um time”.
Carreira pela seleção
Entre 2000 e 2014, Gerrard trabalhou com cinco treinadores — de Kevin Keegan a Roy Hodgson — e usou a braçadeira de capitão em 38 oportunidades, a sexta maior marca do país. Mesmo orgulhoso de representar a Inglaterra, ele relatou frustração por não ter alcançado melhores resultados.
Elogios a Southgate e recado sobre cultura
O ex-meia considera que Gareth Southgate “é subestimado” por ter criado um ambiente mais saudável na seleção. “O talento existia no meu tempo, mas não éramos um time. É impossível vencer assim”, afirmou.

Imagem: bbc.com
Próximos compromissos
Southgate foi sucedido por Thomas Tuchel, que nesta semana dirige a equipe em amistosos contra País de Gales e Letônia. O técnico alemão já declarou que pretende fortalecer o espírito de grupo.
Para Gerrard, a incapacidade de transformar qualidade individual em coesão coletiva segue como a maior lição deixada pela “Geração de Ouro”.
Com informações de BBC Sport