Nova York (18.nov.2025) – Pesquisa anônima realizada pela ESPN com diretores-gerais de 15 dos 16 clubes da National Women’s Soccer League (NWSL) revela forte preocupação com a capacidade da liga de competir internacionalmente sob o atual teto salarial de US$ 3,5 milhões por equipe, já fixado até 2030.
Principais conclusões
Teto salarial em xeque
• Dez dos 15 executivos entrevistados escolheram o teto salarial como a regra que mais gostariam de mudar.
• Outros dez citaram retenção de talentos e concorrência global – temas diretamente ligados ao limite de gastos – como os maiores desafios do campeonato.
• Dois dirigentes defenderam a abolição total do mecanismo, enquanto outros alertaram para o risco de um “estouro de bolha” caso os gastos cresçam sem controle.
Temor de efeito dominó
• Perdas recentes de Naomi Girma e Alyssa Thompson para o Chelsea elevaram o alerta entre os clubes.
• Trinity Rodman, cujo contrato com o Washington Spirit termina no próximo mês, é apontada como possível próxima estrela a migrar para a Europa – negociações estão travadas pelas restrições do teto.
Negociações e trades
• A exigência de consentimento das jogadoras para trocas, incluída no novo Acordo Coletivo, foi considerada positiva pela maioria, embora alguns GMs relatem perda de “capital de troca” (picks e dinheiro de alocação) e maior pressão para liberar atletas insatisfeitas.
Cumprimento de regras
• Quatro dirigentes disseram acreditar que atualmente não há violações, número superior ao de 2024, quando apenas um tinha essa convicção.
• A maioria, porém, ainda suspeita de irregularidades, variando de pequenos incentivos não registrados a contratações de maior porte.
Avaliação da comissária Jessica Berman
• As notas atribuídas à liderança da comissária variaram, mas a pesquisa indica aprovação majoritária, com elogios ao crescimento comercial da liga e críticas à demora em respostas esportivas.
Expansão, segunda divisão e relação com a USSF
Tamanho ideal da liga
• Questionados sobre a meta de 32 equipes no futuro, os GMs se dividiram. O número mais citado como “ideal” foi 20 clubes.
Cidades favoritas
• Antes do anúncio oficial de Atlanta como 17ª franquia (estreia em 2028), o mercado já era o mais citado. Cincinnati apareceu em seguida.
Segunda divisão
• Quase todos aprovam a criação de uma liga de acesso para desenvolver jogadoras, mas cobram definição de formato e, principalmente, fonte de financiamento.
Colaboração com Emma Hayes
• Metade das respostas deu 4 ou 5 estrelas ao trabalho da técnica da seleção dos EUA no diálogo com os clubes. A principal cobrança é por contato mais direto e defesa da permanência de atletas de elite na NWSL.
Imagem: example for the USWNT after a via espn.com
Estrelas, marketing e concorrência europeia
Falta de rosto único
• A aposentadoria de Alex Morgan e Megan Rapinoe abriu lacuna de protagonismo. Cinco GMs veem Trinity Rodman como candidata natural, embora seu futuro na liga seja incerto.
Europa atrai, mas não assusta todos
• Parte dos executivos não se mostra alarmada com possíveis saídas: veem o movimento como cíclico e, em alguns casos, benéfico se gerar altas taxas de transferência.
• Outros defendem ajustes no teto ou modelo “jogador designado”, semelhante ao da MLS, para manter jogadoras de ponta e atrair nomes europeus.
Comparação entre ligas
• Em ranking interno, NWSL e Women’s Super League (Inglaterra) formam o primeiro escalão. Alemanha, França e Espanha aparecem na segunda faixa; México, Austrália e Japão completam a lista.
Jogadoras mais desejadas
• Aitana Bonmatí (Barcelona) é o nome estrangeiro mais citado que os GMs gostariam de ver na competição.
Se pudessem começar do zero
• Temwa Chawinga e Sophia Wilson foram as preferidas para serem a primeira contratação hipotética de um elenco totalmente novo.
O levantamento foi realizado por videochamadas ou presencialmente entre setembro e outubro, garantindo anonimato aos dirigentes para abordar temas sensíveis como orçamento, mercado e governança.
Com informações de ESPN
