Nove partidas, nove derrotas, apenas três gols marcados e 24 sofridos. O início de temporada de Liverpool e West Ham United na Women’s Super League (WSL) expõe uma situação crítica para duas equipes habituadas à elite do futebol feminino inglês.
Sem vitória após quase um quarto do campeonato
Com cerca de 25% da competição disputada, os dois clubes ocupam as últimas posições e já se preparam para lutar contra o 12º lugar, que este ano dá direito a um playoff contra o terceiro colocado da WSL2 — não há rebaixamento direto porque a liga será ampliada para 14 equipes em 2026/27.
Liverpool: falta de gols e mudança no comando
Bicampeão inglês, o Liverpool iniciou a campanha com o técnico Gareth Taylor, contratado após o falecimento de Matt Beard no meio do ano. A equipe sofreu seis derrotas consecutivas pela primeira vez desde 2012, somando as duas últimas temporadas.
O ataque é o principal problema. A saída da canadense Olivia Smith, artilheira com sete gols em 2023/24 e vendida ao Arsenal por £1 milhão, deixou carência de soluções ofensivas. Na derrota por 4 – 1 para o Everton, única partida em que as Reds balançaram as redes — aos 12 minutos com Cornelia Kapocs —, o placar elástico foi exceção; desde então, nenhum gol foi marcado.
No revés mais recente, 1 – 0 para o London City Lionesses, o Liverpool finalizou apenas três vezes e não chutou na segunda etapa. “Estamos desapontadas e frustradas. Não fizemos o suficiente para vencer”, declarou a defensora Jenna Clark.
O esquema 4-1-4-1 utilizado por Taylor tem sido criticado por reduzir criatividade. O treinador reconheceu carências físicas do elenco: “Precisamos estar mais aptas a repetir sprints. Isso leva tempo quando se muda o estilo de jogo”.
Mia Enderby, 20 anos, atuou como centroavante titular sem oferecer perigo. As recém-chegadas Beata Olsson e Sophie Roman Haug também pouco produziram. Nenhuma atleta do Liverpool atingiu dois dígitos em gols desde o retorno à WSL, há três temporadas.

Imagem: bbc.com
West Ham: defesa vazada e crise de confiança
Derrotado por 2 – 0 pelo Aston Villa, o West Ham já sofreu 16 gols em cinco duelos — marca superada apenas pelo Yeovil Town na temporada em que terminou com -2 ponto. O primeiro gol sofrido diante do Villa evidenciou a fragilidade: cobrança de escanteio curto sem pressão permitiu a Kirsty Hanson chutar livre para a rede.
A equipe de Rehanne Skinner apresenta lapsos de concentração: foram três gols cedidos em sete minutos contra o Chelsea e outros dois em sete contra o próprio Villa. “São pequenos momentos que definiram a partida”, admitiu a treinadora.
No ataque, Shekira Martinez, autora de 10 gols em 12 jogos na última edição, ainda não marcou; Viviane Asseyi também passa em branco. Skinner, porém, mantém a calma: “Terminamos fortes na temporada passada; ainda é cedo para olhar a tabela”. Mesmo assim, os Hammers acumulam sete derrotas seguidas na liga.
Confrontos diretos decisivos
Liverpool e West Ham se enfrentam em 13 de dezembro e 26 de abril. Com a possibilidade de nenhuma equipe ser rebaixada diretamente, esses encontros já são tratados como “jogos de seis pontos” para definir quem escapará da última colocação.
Com informações de BBC Sport