Manchester (ING), 25 de novembro de 2025 – Doze meses depois de substituir Erik ten Hag, o técnico Rúben Amorim registra melhora modesta no Manchester United, embora estatísticas detalhadas indiquem que o desempenho geral segue aquém do ideal.
Ponto de partida: saída de Ten Hag
Ten Hag foi demitido em 24 de novembro de 2024, dois meses após a diretoria ter decidido mantê-lo. Naquele momento, o United somava 11 pontos em nove rodadas, ocupava a 14ª posição e vinha de derrota por 2 a 1 para o West Ham. A temporada anterior havia terminado com a equipe em oitavo lugar.
Amorim assumiu logo depois, mas a campanha 2024-25 terminou em 15º lugar: média de 1,0 ponto e saldo de –0,4 gol por jogo, contra 1,2 ponto e –0,3 sob Ten Hag.
Início de 2025-26: leve evolução
Após 12 partidas da atual Premier League, o United aparece num quádruplo empate pelo 10º lugar. A sequência de cinco jogos invicto em todas as competições foi interrompida na segunda-feira, com derrota de 1 a 0 para o Everton em Old Trafford – mesmo atuando com um jogador a mais por mais de 75 minutos.
Sistema tático inalterado, ritmo diferente
Amorim manteve o esquema de três zagueiros em seus 39 compromissos: 3-4-3 ou 3-4-2-1. Apenas Oliver Glasner, do Crystal Palace, utiliza tanto uma linha de três defensores.
A grande mudança ocorreu na velocidade com a bola. Em 2024-25, a equipe avançava 0,98 m/s, penúltima marca da liga. Agora, o ritmo subiu sem perda de território ofensivo. O resultado imediato é acréscimo de 0,5 ponto e 0,4 gol de saldo por partida – projeção de 19 pontos e 15 gols a mais em um campeonato completo.
Métricas ofensivas e defensivas
O diferencial ajustado (70% gols esperados + 30% gols) passou de –0,16 para +0,20, sétimo melhor índice da Premier League. O ataque subiu de 1,29 para 1,67 gol ajustado por jogo, enquanto a defesa oscilou de 1,45 para 1,46.
Goleiros jogam mais longo
Dois terços dos tiros de meta são lançados longos – antes eram 45%. Nos demais reposições, o percentual saltou de 32% para 60%, tendência reforçada pela saída do goleiro André Onana.
Imagem: espn.com
Elenco renovado na frente
Bryan Mbeumo é titular constante, enquanto Matheus Cunha e Benjamin Šeško alternam minutos por causa de lesões, mas já iniciaram ao menos metade dos jogos. A nova trinca ofensiva ajuda a explicar o ganho de produção.
Fatores que distorcem os números
O United atuou longo tempo com vantagem numérica em dois jogos: contra o Chelsea (expulsão aos 5 min) e diante do Everton. Além disso, ganhou três pênaltis e não sofreu nenhum; mantendo o ritmo, terminaria a temporada com nove ou dez penalidades a favor, cenário improvável.
Sem os pênaltis, o diferencial ajustado cai para +0,04 – praticamente o mesmo +0,01 obtido nas nove partidas que levaram à demissão de Ten Hag.
Idade e calendário
A idade média ponderada por minutos subiu de 25,5 para 26,5 anos, tornando o elenco mais velho que Arsenal e Manchester City. Após uma tabela inicial difícil, os confrontos contra City e Arsenal só chegam em janeiro, oferecendo chance de recuperação ou risco de nova queda.
Por ora, o Manchester United de Rúben Amorim deixou de ser um desastre iminente, mas ainda não convence como candidato a títulos: permanece no meio-termo entre o bom e o mau desempenho.
Com informações de ESPN
