Pep Guardiola, técnico do Manchester City desde 2016, voltou ao centro das atenções diante de um início difícil na temporada 2025-26. A sequência de resultados negativos e a transformação acelerada do elenco alimentam a pergunta que circula no Etihad Stadium: esta pode ser a última campanha do treinador à frente do clube?
Desafios acumulados
Aos 54 anos, Guardiola acumula 18 troféus em nove anos em Manchester, mas a estrutura que sustentou essas conquistas mudou. Dos 23 atletas relacionados para a final da Liga dos Campeões de 2023 contra a Inter de Milão, 15 — entre eles Kevin De Bruyne, Ederson, Kyle Walker e Ilkay Gündogan — já deixaram o clube ou perderam espaço no time principal.
Além da renovação do elenco, o treinador lida com uma liga que, segundo ele, “já não é tão posicional” quanto no passado. Após a eliminação para o Real Madrid nas oitavas de final da Champions em fevereiro, Guardiola admitiu que suas “táticas não funcionam como antes”. Mesmo reafirmando a preferência por “milhões de passes”, o espanhol vem testando uma proposta com pressão alta e ataques mais diretos.
Nova comissão técnica e ajustes táticos
A principal novidade no banco é Pep Lijnders, ex-auxiliar de Jürgen Klopp no Liverpool. A chegada do holandês visa mesclar a conhecida busca por controle de posse de Guardiola com a intensidade do “heavy metal football” que marcou a era Klopp.
Os primeiros testes evidenciaram problemas. Após goleada por 4 a 0 sobre o Wolverhampton na estreia da Premier League, o City perdeu para Tottenham e Brighton. Nos dois jogos, contra-ataques expuseram espaços deixados pela linha defensiva alta sugerida por Lijnders.
Situação na tabela e pressão histórica
O próximo compromisso é o clássico de domingo contra o Manchester United no Etihad. O City chega uma posição e quatro pontos atrás do rival e já vê o campeão Liverpool seis pontos à frente — agora reforçado pelo atacante Alexander Isak, contratado por 125 milhões de libras.

Imagem: espn.com
Desde 1992-93, quando o próprio United perdeu duas das três primeiras rodadas e ficou com o título, nenhum clube conseguiu a mesma recuperação. O dado amplia a necessidade de reação imediata se Guardiola deseja recuperar um troféu que ergueu seis vezes entre 2017 e 2024.
Futuro indefinido
Guardiola tem contrato até 2027, mas, nos bastidores da City Football Academy, há quem acredite que ele possa encerrar o ciclo já em junho de 2026. Outros veem espaço para uma nova renovação, dependendo da relação com o diretor de futebol Hugo Viana, sucessor do amigo e ex-parceiro Txiki Begiristain, e do nível de energia do treinador.
A diretoria definiu que a decisão final cabe exclusivamente a Guardiola, embora o próprio reconheça que, em outro grande clube, o desempenho irregular da temporada passada poderia ter lhe custado o cargo. Em comparação a Alex Ferguson — que se despediu campeão em 2013 —, o espanhol busca repetir um encerramento vitorioso, mas, para isso, precisa montar mais uma equipe capaz de dominar uma Premier League em evolução.
Com informações de ESPN