António Oliveira, atual treinador do Remo, cresceu cercado de referências dentro de casa. Filho do ex-jogador e ídolo do Benfica, António “Toni” Oliveira, o comandante azulino herdou não apenas o nome, mas também a paixão e a profissão do pai.
Origem de um ídolo em Portugal
Nascido em Mogofores, na região de Anadia, Toni brilhou com a camisa do Benfica, clube pelo qual conquistou 14 títulos antes de pendurar as chuteiras em 1981. Depois da carreira como atleta, iniciou a trajetória de treinador no próprio Benfica e passou por Tractor (Irã), Sevilla (Espanha), Al-Ahly (Egito), Al-Ittihad (Arábia Saudita) e Kazma SC (Kuwait), onde concluiu a passagem pelos bancos de reservas.
“Ser filho de uma lenda do futebol português é motivo de orgulho. Meu pai sempre foi exemplo dentro e fora de campo”, declarou António.
Carreira que segue os mesmos passos
Inspirado pela convivência nos estádios, António filho iniciou-se nas categorias de base do Benfica, atuou por Santa Clara, Casa Pia, Oriental e Fabril Barreiro, todos de Portugal, e encerrou a carreira de jogador em 2011. A transição para a prancheta veio naturalmente: primeiro na base do Benfica e, em 2012, como auxiliar do pai no Tractor, permanecendo até 2016.
No Brasil, assumiu o sub-23 do Santos em 2020, tornou-se auxiliar no profissional e, em seguida, dirigiu o Athletico-PR até 2021. De volta à Europa por um curto período no Benfica, retornou ao país em 2022 para comandar o Cuiabá. Em fevereiro de 2024, aceitou o convite do Corinthians, onde permaneceu por cinco meses e totalizou 29 jogos (13 vitórias, nove empates e sete derrotas).
Conexão histórica com o Remo
A relação da família com o clube paraense remonta a 1968, quando Toni fez a estreia pelo Benfica em amistoso disputado em Belém — partida que também contou com a presença do lendário Eusébio. Décadas depois, o filho desembarcou no Baenão. Na apresentação, António lembrou o episódio e disse que o fato reforçou sua decisão de aceitar o desafio.

Imagem: Reprodução/Instagram via oliberal.com
Antes de chegar ao Remo, o técnico teve passagem curta pelo Sport, então lanterna da Série A, mas deixou o comando após quatro partidas. A movimentação abriu caminho para a transferência do treinador Daniel Paulista ao clube pernambucano e, consequentemente, para a contratação de António pelo Leão Azul.
Troca constante de ideias
Mesmo vivendo em países diferentes, pai e filho mantêm contato após cada partida. “Sempre conversamos, independente do resultado. Ele me orienta sem cobranças, é alguém que quer o meu bem”, contou o treinador remista.
Aos 78 anos, Toni atua como comentarista em uma emissora portuguesa e acompanha de perto os passos do filho, que vê no pai sua principal referência em liderança e comunicação.
Com informações de O Liberal