A Operação Carbono Oculto, conduzida pela Receita Federal na última semana, revelou que o Primeiro Comando da Capital (PCC) criou fintechs próprias para movimentar mais de R$ 40 bilhões em recursos ilícitos, funcionando como verdadeiros bancos paralelos.
Segundo as investigações, as plataformas — apresentadas ao mercado como startups inovadoras — permitiam abertura rápida de contas, pulverização de transferências e utilização de “contas-bolsão” e fundos de investimento, práticas que dificultam a identificação da origem dos valores.
Futebol na rota
O relatório da Receita aponta que o dinheiro do crime organizado encontra ambiente propício no esporte, especialmente no futebol, setor que movimenta cifras milionárias e, muitas vezes, carece de transparência. Contratos de atletas acima do valor de mercado, patrocínios sem auditoria rigorosa e aportes em Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) são citados como portas de entrada para a lavagem de dinheiro.
Ferramentas de controle
Especialistas defendem que entidades esportivas adotem processos robustos de due diligence para checar a origem dos recursos. Entre as plataformas recomendadas estão World-Check, Dow Jones Risk & Compliance, LexisNexis e bases nacionais como Serasa e Boa Vista. Instituições financeiras, fundos de investimento e multinacionais já utilizam esses sistemas; no futebol, a prática ainda é exceção.

Imagem: uol.com.br
A Receita Federal alerta que o crime organizado se antecipa às regulamentações e que a adoção de programas de compliance e governança deve ser vista como medida de proteção ao esporte, aos investidores e aos torcedores.
Com informações de UOL