Com o mercado de transferências fechado há alguns meses e a primeira Data Fifa encerrada, o jornalista Bill Connelly, da ESPN, reuniu projeções do supercomputador da Opta e as cotações da ESPN BET para mapear as chances de cada clube na Premier League 2025-26. O levantamento aponta quatro candidatos principais ao troféu – Liverpool, Arsenal, Chelsea e Manchester City – e detalha quantos “se” (condições) cada equipe precisa cumprir para levantar a taça. O estudo também projeta a disputa pelas cinco primeiras posições, agora ainda mais valorizadas pela forte possibilidade de o campeonato inglês ganhar uma vaga extra na Liga dos Campeões.
Disputa pelo título
2 “ses” – Liverpool
Se os reforços ofensivos renderem juntos. O clube gastou 365 milhões de euros em Florian Wirtz, Hugo Ekitike e Alexander Isak, mas produziu apenas 1,1 xG por jogo nas três primeiras partidas, 14º índice da liga. Se o contra-ataque adversário não for um desastre para a defesa. Com Szoboszlai improvisado na lateral direita e Frimpong lesionado, o time sofreu quatro viradas em três compromissos, apesar de ter vencido todos.
2 “ses” – Arsenal
Se os 190 milhões de euros investidos em Eberechi Eze, Viktor Gyökeres e Noni Madueke ajudarem a furar retrancas. Até agora o trio soma um gol em 443 minutos. Se o time agir com mais urgência quando encontra linhas baixas; na temporada passada, o conjunto de Mikel Arteta esteve entre os piores em contra-ataques e toques por finalização.
3 “ses” – Chelsea
Se o volume de finalizações qualificadas e o bom rendimento nas bolas paradas continuarem – os Blues lideram a liga em xG por chute e já marcaram quatro vezes em lances de bola parada. Se o índice de pressão subir; a equipe é apenas sétima em PPDA. Se o desgaste físico, após temporada prolongada pelo Mundial de Clubes, não gerar queda de desempenho.
4 “ses” – Manchester City
Se a defesa em transição parar de sofrer. A saída de Rodri por lesão em 2024-25 expôs o setor, que já levou quatro gols em três rodadas. Se o meio-campo oferecer mais combatividade; recuperações de bola caíram de 49,4 para 37,8 por jogo no último campeonato. Se a qualidade das finalizações melhorar – o xG por chute subiu para 0,20, mas a pontaria segue irregular. Se as bolas paradas voltarem a decidir; o time fez apenas sete gols assim na temporada passada e ainda não marcou em 2025-26.
Corrida pelas cinco primeiras posições
2 “ses” – Newcastle United
Se o ataque voltar a funcionar após a saída de Alexander Isak. Woltemade e Wissa precisam render rápido depois de três jogos com só dois gols – ambos de bola parada. Se houver fôlego para manter intensidade: o time é líder em recuperações e posses, mas terá calendário apertado com Champions League.
2 “ses” – Manchester United
Se alguém aproveitar as chances criadas. A equipe lidera em xG total (8,6) e em finalizações de contra-ataque, porém tem só um gol em jogo aberto. Cunha, Mbeumo e Sesko custaram 225,7 milhões de euros e ainda não engrenaram. Se a linha defensiva se ajustar a transições verticais; o time é 19º em xG cedido por chute apesar do esquema 3-4-2-1.
2 “ses” – Brighton
Se o velho problema de finalização for resolvido; já são apenas três gols em 6,2 xG gerados. Se as contratações entregarem minutos. Novos talentos como Kostoulas, Watson e Coppola quase não jogaram até aqui.

Imagem: espn.com
2 “ses” – Bournemouth
Se a defesa totalmente renovada mantiver o nível após as saídas de Zabarnyi, Huijsen e Kerkez. O time é quarto em xG cedido por chute. Se o elenco suportar a maratona: em 2024-25, a equipe desabou após ficar em quinto em fevereiro.
3 “ses” – Crystal Palace
Se o elenco curto aguentar compromissos extras na Conference League. Se a produção ofensiva melhorar sem Eberechi Eze; Yeremy Pino e Christantus Uche foram contratados para isso. Se o time encontrar plano alternativo quando o contra-ataque não funcionar.
3 “ses” – Tottenham Hotspur
Se Xavi Simons e Randal Kolo Muani suprirem a ausência de Son, Maddison e Kulusevski; o clube é 19º em xG por chute. Se a defesa, ainda sem Dragusin e Takai, passar a conter ataques antes da área. Se as bolas paradas, ponto forte do ex-técnico Thomas Frank no Brentford, renderem gols – algo que não ocorreu até agora.
4 “ses” – Aston Villa
Se o fim da janela acalmar rumores sobre Morgan Rogers e Ollie Watkins. Se o time voltar a marcar – são 2,5 xG acumulados e nenhum gol. Se as falhas defensivas em transição cessarem; o clube é último em xG cedido por chute. Se as jogadas aéreas recuperarem eficácia: 16 gols em 2024-25, nenhum neste campeonato.
Connelly conclui que Liverpool e Arsenal têm menos variáveis a resolver, enquanto City e Villa enfrentam a lista mais longa de preocupações. As próximas rodadas prometem testar cada uma dessas condições.
Com informações de ESPN