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Queda de rendimento do Liverpool expõe falhas táticas e mudanças no elenco

Atual campeão da Premier League, o Liverpool iniciou a temporada com bons resultados, mas ocupa apenas o oitavo lugar após 11 rodadas. Nas últimas seis partidas do campeonato, o time somou apenas três pontos – desempenho superior apenas ao do lanterna Wolverhampton. O cenário contrasta com o investimento de mais de 400 milhões de libras feito no último mercado de transferências.

Saída de bola afetada por ausências

Grande parte das dificuldades começa na construção desde a defesa. A saída de Trent Alexander-Arnold para o Real Madrid e a lesão do goleiro Alisson Becker, há seis semanas, alteraram o funcionamento da linha de trás. O georgiano Giorgi Mamardashvili, canhoto, assumiu a meta e, por privilegiar o pé esquerdo, direciona os passes para o lado direito, diferente do padrão criado pelo destro Alisson.

Com isso, a bola chega com mais frequência a Ibrahima Konaté e aos laterais Conor Bradley ou Jeremie Frimpong. Rivais passam a pressionar fechando o lado esquerdo, reduzindo a influência de Virgil van Dijk e forçando erros na faixa direita. Sem Alexander-Arnold, o Liverpool perde a opção de passes arriscados e a capacidade de quebrar a marcação com os dois pés.

Falta de fluidez aumenta perdas de posse

A maior velocidade nos passes e a menor qualidade técnica na defesa provocam mais turnovers e menos posse prolongada. Jogadores como Milos Kerkez têm dificuldade para disfarçar a intenção dos passes partindo da lateral esquerda, enquanto Bradley acelera demais a circulação da bola, facilitando o trabalho dos adversários na pressão.

Salah menos decisivo

Mohamed Salah, peça-chave na campanha anterior, rende menos nesta temporada. Em 2023/24, o trio pela direita – Salah, Dominik Szoboszlai e Alexander-Arnold – funcionava porque o lateral se posicionava por dentro, atraindo um marcador e abrindo o corredor para o egípcio receber com liberdade, de frente para o gol.

Agora, os laterais ficam abertos no próprio campo e o corredor direito se congestiona. Muitas vezes Salah recebe a bola de costas e pressionado, sem espaço para girar. Ao mesmo tempo, há menos meio-campistas posicionados atrás da linha da bola para impedir contra-ataques caso a posse seja perdida.

Pressão sem bola sob novo comando

Com Arne Slot, o Liverpool passou a pressionar em bloco 4-2-4, mantendo quatro defensores para ter um jogador a mais em relação aos atacantes rivais – o chamado “plus one”. A escolha deixa um atleta a menos na primeira linha de pressão, permitindo que adversários encontrem o homem livre na construção.

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Imagem: bbc.com

No triunfo sobre o Arsenal, o clube iniciou com essa configuração e sofreu no primeiro tempo. Slot ajustou a marcação para homem a homem após o intervalo, designando Szoboszlai para acompanhar Riccardo Calafiori, mas o treinador voltou ao modelo inicial em partidas seguintes, reacendendo o problema.

Outros pontos de preocupação

Os Reds também sofrem em bolas paradas e no jogo aéreo, características cada vez mais exploradas na liga inglesa. Fora de campo, a morte trágica do companheiro Diogo Jota impacta emocionalmente elenco e comissão técnica.

Apesar do alto investimento em contratações, a combinação de ajustes táticos, mudanças na defesa e fatores externos complicam o processo de integração dos novos reforços e explicam o momento instável do Liverpool.

Com informações de BBC Sport

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