Na próxima segunda-feira, completa-se um ano do primeiro jogo de Rúben Amorim no comando do Manchester United, o empate por 1 a 1 com o Ipswich Town, em 24 de novembro de 2024. Doze meses depois, o treinador português constata sinais de recuperação após uma temporada de sofrimento que terminou com a equipe em 15º lugar na Premier League.
Chegada antecipada e choque de métodos
Amorim, então técnico do Sporting CP, pretendia assumir somente no fim da temporada passada, mas acabou desembarcando em Carrington durante a data Fifa de novembro. Com grande parte do elenco a serviço de suas seleções, ele usou os jogadores remanescentes para apresentar um esquema 3-4-3, completamente diferente do 4-3-3 de Erik ten Hag.
“Ele foi muito claro sobre como queria jogar”, recorda o zagueiro Jonny Evans. O curto período de preparação — apenas dois treinos completos antes da partida em Portman Road — expôs problemas físicos e excessiva perda de posse de bola, já identificados por Amorim em vídeos da equipe.
Primeiros testes e dificuldades
Contra o Ipswich, Amad Diallo, improvisado na ala direita, cruzou para Marcus Rashford marcar logo aos dois minutos, mas Omari Hutchinson empatou antes do intervalo. No segundo tempo, a falta de entrosamento ficou evidente. “Os jogadores estavam pensando demais e, às vezes, confusos”, disse Amorim após a estreia.
Diogo Dalot afirmou que a mensagem foi “muito clara”, embora reconhecesse que a execução exigiria tempo. Evans admitiu olhar para o banco para confirmar posicionamentos, enquanto o técnico interrompia atividades no gramado coberto do centro de treinamento para ajustar atletas manualmente.
Temporada de transição e reformulação do elenco
A dor prevista por Amorim veio com a campanha de 15º lugar. Entretanto, desde então, o United passou por ampla reformulação: apenas seis titulares daquela tarde continuam no clube. Chegadas de reforços como Bryan Mbeumo e Matheus Cunha aceleraram o processo de adaptação, e a equipe soma cinco jogos de invencibilidade antes de receber o Everton em Old Trafford.
Imagem: espn.com
Ajustes fora de campo
O treinador também modificou a rotina interna. No hotel antes do duelo com o Ipswich, trocou mesas redondas por duas mesas longas — uma para jogadores e outra para a comissão técnica — para evitar panelinhas. Amorim restringe conversas individuais e prefere abordar o grupo inteiro. Além disso, evita reuniões no vestiário logo após as partidas, deixando análises detalhadas para o dia seguinte em Carrington.
Olho no futuro imediato
“Não podemos esquecer o ponto em que começamos”, declarou Amorim na sexta-feira anterior ao confronto com o Everton. O técnico espera ver uma equipe “com mais controle, domínio e competitividade em todos os aspectos”, mas reforça a necessidade de encarar cada partida “como se fosse a última”.
A meta agora é transformar o embalo recente em passo consistente na longa jornada de retorno do Manchester United ao topo do futebol inglês.
Com informações de ESPN