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Investidor Tony Bloom aposta em inteligência artificial para levar o Hearts ao título escocês

Tony Bloom, novo investidor do Heart of Midlothian, afirmou a torcedores no Tynecastle Park que ficaria “decepcionado” caso o clube não conquiste o Campeonato Escocês na próxima década. O pronunciamento empolgou a torcida e reacendeu o debate sobre o uso de inteligência artificial (IA) como ferramenta competitiva no futebol do país.

Experiência em dados e apostas

Conhecido no mercado de apostas esportivas e proprietário do Brighton & Hove Albion, Bloom construiu reputação ao aplicar modelos estatísticos avançados para prever resultados de partidas. Segundo Lee Mooney, ex-chefe de análise de dados do Manchester City e fundador da MUD Analytics, o empresário dispõe de uma infraestrutura tecnológica “ao alcance de poucos no mundo”.

Mooney cita os resultados de Bloom em Brighton, na Inglaterra, e no Union Saint-Gilloise, na Bélgica, como exemplos de “impacto muito acima do investimento”. Para o analista, caso o mesmo método seja implementado em Edimburgo, o Hearts pode reduzir a diferença para Celtic e Rangers, dominantes no cenário nacional.

IA como novo campo de batalha

Ferramentas baseadas em IA estão transformando setores como análise de desempenho, preparo físico e, sobretudo, recrutamento. John Park, chefe de captação do St Mirren e responsável por contratações de Virgil van Dijk e Moussa Dembélé durante passagem pelo Celtic, relata que o clube já trabalha com estudantes de engenharia da Universidade de Strathclyde em projetos de perfilagem de atletas.

Park destaca a simulação de jogadores como próximo avanço: algoritmos analisam todas as partidas disputadas por um atleta e recriam digitalmente sua atuação ao lado de futuros companheiros. “Podemos levar esses dados ao técnico e mostrar se o atleta se encaixa”, explica.

Adoção na Premiership

Entre os 12 clubes da Scottish Premiership, seis confirmaram ao BBC Scotland o uso de IA em análise ou prospecção; especialistas acreditam que os demais também recorram à tecnologia, ainda que de forma indireta.

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Imagem: bbc.com

Nem todos, porém, estão convencidos. David Martindale, treinador do Livingston, argumenta que “IA não sente o jogo” e prefere decisões tomadas por profissionais com vivência em campo. Ainda assim, o custo das plataformas vem caindo, e Mooney prevê que a adesão dos maiores clubes forçará os demais a buscar soluções semelhantes para não ficarem para trás.

Para Bloom, o investimento no Hearts representa a oportunidade de aplicar todo esse “poder intelectual” em um mercado onde Celtic e Rangers têm condições de se afastar caso abracem a tecnologia primeiro. O empresário aposta que sua abordagem baseada em dados pode mudar esse cenário na próxima década.

Com informações de BBC Sport

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